segunda-feira, 2 de janeiro de 2012

‎2012 E O MUNDO COMO 'OBJETO' SOCIOLÓGICO

2011 foi um ano bom para o pensar sociológico e 2012 promete ser desafiador.



        Prolonga-se no mundo a crise capitalista, mais intensa nos Eua e Europa, seus sintomas são dolorosos para as sociedades nacionais ( Crises fiscais, políticas, sociais e existenciais ). Os remédios ( salvamento de bancos e planos de austeridade fiscal ) selecionados para sua cura apenas ampliaram o sangramento; desmantelamento do estado do bem estar social, cortes em investimentos em saúde e educação, demissões em massa aumentando as já altas taxas de desemprego. 

        O cenário que se vislumbra para parte do mundo é de medos e incertezas, insegurança e desconfiança, afinal, para alem dos problemas sociais, indivíduos e coletividades não acreditam nas instituições e representações tradicionais que lhes asseguravam um futuro e a condição de de dignidade humana. 
     A democracia foi capturada pelo mercado financeiro e sua tecnocracia; O Estado foi privatizado por uma elite que o manobra para atender seus interesses; os partidos políticos e suas lideranças encontram-se descredibilizados, impotentes, sem margem de manobra para  propor soluções que se encontrem com as aspirações populares; os sindicatos fragilizados em nível nacional, patinam diante das determinações de empresas transnacionais que implacavelmente flexibilizam e precarizam o trabalho tendo em vista a lucratividade.
       Apesar de tudo, 2012 vai iniciar grávido de utopias e realizações que já começaram a sedimentar-se fortemente em 2011. O ano que se inicia reitera grandes mudanças cujo horizonte é esperançoso; enfraquecimento de impérios, redistribuição o poder global, globalização de revoltas no mundo inteiro contra as ditaduras ( no oriente ) e democraduras ( no ocidente ), contra o luxo das elites políticas e econômicas e da acentuação das desigualdades em âmbito mundial. 
      Que no ano de 2012 venham mais "primaveras árabes", 'indignados' e Ocuppy's como contraponto às arbitrariedades de grandes corporações, bancos, agências de classificações e seus agentes-abutres àvidos por lucros baseado em desgraçado endividamento de povos e nações, famílias e cidadãos.
        É esse o cenário que torna fértil o pensar sociológico. Nossa esperança, para o qual esforços devem ser direcionados, é que nossa imaginação sociológica se alargue, para acompanhar e apreender teoricamente essas grandes mudanças ao mesmo tempo que nos servimos dela para orientar nossas condutas, expandir nossa liberdade e, acima de tudo, para fazermos face às injustiças, violências e desigualdades que insistem em reinar nos marcos do capitalismo. Lembrando Gramsci,que estejamos refinados com o pessimismo da inteligência para compreender e o otimismo da vontade para empreender as mudanças possíveis.

2 comentários:

  1. Meu amigo, venho aqui parabenizar sua iniciativa que com certeza contribuirá para o amadurecimento de perspectivas e provavelmente da imaginação sociológica.
    Estamos presenciando um momento de transição único na História do planeta: alguns afirmam na divisão do modernismo e do pós-modernismo.Outros, nem tanto, acreditam em sua existência, mas o que todos concordam é que estamos passando por mudanças profundas em várias dimensões da vida. E é nesse momento que estamos [sociólogos] aqui para fazer a diferença!! Abraços

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  2. Excelente texto, Alex!! Mande ver que eu vou ler!! Abraço, Marcelo

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