terça-feira, 18 de setembro de 2012

De um História de destruição para uma História de afirmação da vida



Para o anjo da hstória de  Walter Benjamin, o que nós chamamos de progresso é uma tempestade de destruição.
 “Ele tem o seu rosto voltado para o passado. Onde uma cadeia de eventos aparece diante de nós, ele enxerga uma única catástrofe. Ele bem que gostaria de demorar-se, de despertar os mortos e juntar os destroços. Mas do paraíso sopra uma tempestade que se emaranhou em suas asas e é tão forte que o anjo não pode mais fechá-las. Essa tempestade o impele irresistivelmente para o futuro, para o qual dá as costas, enquanto o amontoado de escombros diante dele cresce até o céu.”

Esse anjo da história poderia ter um dia outra visão ao voltar seu rosto para o passado?

Com a economia de mercado e a estrutura jurídico-político que a sustenta certamente não podemos fugir da tempestade destrutiva que vem cimentando nosso passado. Quem sabe uma economia ancorada em outros princípios,que não fossem o do consumismo, individualismo, competitividade e lucro permitisse um mundo sem tanta "tempestade". Essa nova economia deveria vir junta de uma nova política sustentada por valores cívicos, comuns, que fosse instrumento de afirmação da vida, de realização das potencialidades e felicidade humana;que garantisse a manutenção de direitos comuns, fosse mais aberta, participativa, transparente; que não fosse privada, fechada no aparato do Estado e dos partidos políticos tradicionais. que não fosse subordinada a economia e servisse como instrumento de realização de políticas e programas de classes privilegiadas. Acredito que o Anjo da história de Benjamin deixará de ver apenas escombros quando os homens recriarem uma nova civilização em novos pressupostos economicos e políticos, permitindo a inauguração da HUMANIDADE, ( que segundo Milton Santos está ainda no Devir ), com uma nova COSMOLOGIA para orientar os indivíduos no sentido de práticas e relações socialmente saudáveis, amorosas, motivadas pelo DOM, pela reciprocidade, garantindo uma uma existência não de dominação, exploração e miséria, mas de Justiça, igualdade e, sobretudo, LIBERDADE. Liberdade compartilhada; prudente e responsável.