Roda Viva | Thomas Piketty | 09/02/2015
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Thomas Piketty, autor de “O
Capital do Século XXI”, foi entrevistado pelo programa Roda Viva dia 09/02/215,
ocasião em que teve a oportunidade de apresentar algumas de suas teses, para
alguns polêmicas, sobre a taxação de riquezas dos mais ricos (taxação sobre
heranças por ex) e a necessidade das classes menos favorecidas pagarem menos
impostos (indiretos e sobre consumo por ex).
De um lado, partindo
de uma Abordagem social e histórica para as questões e problemas econômicos,
Piketty pergunta “Precisamos de tanta desigualdade
para termos inovação? Certamente não, e
responde que a solução do problema passa pela regulamentação do sistema
financeiro, pela reforma dos sistemas tributários, tornando-os mais
transparentes e com uma distribuição mais democrática dos impostos, o que
atualmente não vem ocorrendo em países como o Brasil, registrando que por aqui
os 10% ficam com mais de 50% da riqueza nacional (estimativa extremamente
otimista) e onde que a taxação de impostos sobre herança não passa de 4%
enquanto em países como Grâ-bretanha e Alemanha este percentual chega a 40%.
Por outro lado,
Andre Lara Rezende – que de forma arrogante falou muito e tocou na mesma tecla
- mostrou-se muito preocupado com a possibilidade de taxação dos 1% mais ricos,
argumentando que o importante é a diminuição da desigualdade na base da
pirâmide, cometendo um equívoco ao confundir redução da pobreza com redução da desigualdade, quando a desigualdade
pode aumentar mesmo havendo diminuição da pobreza...sequer sabe distinguir as
noções de desigualdade absoluta e desigualdade relativa..
Enquanto isso
prosseguimos no Brasil, no qual, mesmo em uma conjuntura crítica, seguimos com
uma taxação regressiva, onde relativamente os ricos pagam menos que as classes
médias e pobres em termos de impostos, contribuindo para acumulação de riquezas
no topo da pirâmide, o que favorece a reprodução da desigualdade abissal
existente no Brasil..... infelizmente com o congresso que temos – cujo líder
Eduardo Cunha, me enoja - reescrever o código fiscal é tarefa impossível, ou
melhor, impossível sua mudança para tributação progressiva, pois uma reforma
regressiva não seria de todo impossível, pois de regredir eles entendem bem...