quinta-feira, 30 de outubro de 2014

Diagnóstico do Brasil segundo o economicismo da direita



Para boa parte dos intelectuais da direita, especialmente seus economistas, o problema do brasil contemporâneo pode ser resumido por muitas ausências ou faltas: 

Falta de produtividade, falta um bom superávit primário,falta de liberdade econômica, falta de metas claras de desempenho, falta de “boa governança”, falta de controle da inflação, falta abertura econômica, falta inserção nas cadeias produtivas globais, política monetária equivocada, falta comprometimento com “o ambiente de negócios”.

 Enfim, a existência brasileira e seu “desenvolvimento sustentado” nessa perspectiva se reduz a um economicismo pavoroso, frio e calculista. Falta mais lucratividade para eles!

Não se fala, nem de longe, em qualidade de vida, cidadania, justiça, igualdade de oportunidades, combate às desigualdades, reforma agrária, reforma política, reforma tributária ou auditoria da dívida.

O que é o amor se não a renúncia da vida em prol de outra vida.



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O que é o amor se não a renúncia da vida em prol de outra vida.

 Qual pai (ou mãe) não concederia sua a vida, morreria por seu filho, tal como Jesus o fez em relação à humanidade. Sim! Existe relações entre essas expressões do amor, ambas partem da renúncia à vida para que outros a tenham, e a tenham em mais abundância. Mas não é preciso morrer fisicamente para que a consciência desse sentimento floresça. Mesmo quanto não morremos literalmente, há uma dimensão de renuncia à vida, aquela dedicada ao cuidado e a formação de um ser. Uma renúncia que se faz cotidianamente, mesclada por preocupações e angústia mas também por fortes doses de alegria, sentimentos genuínos de amor e felicidade.
Trata-se da renúncia mais extraordinária que existe, um espetáculo da criação, uma poética da vida que aprende a amar, aprende que o amor tem uma conexão direta com a renúncia e o cuidado.

Há um ano atrás ela fazia sua primeira aparição física a este mundo. Física, pois espiritualmente já nos conhecíamos. Foi amor à primeira vista, potente, radical, subversivo. Impactado pela emoção o brilho nos meus olhos cedeu espaço para o choro imediato, Choro tímido, com lágrimas contadas, mas cada pequena gota carregava um mundo de alegria,felicidade. As lágrimas eram amor em movimento, representavam o desbloqueio de emoções acumuladas, a chave de um porta que alguém esperava ansiosamente para abrir. Nasceu, está ali, a vida e seus dilemas estavam se renovando. Era a própria recomposição do cosmos traduzido em vida humana. 

Um ano de vida, uma ano de experiência, um ano de aprendizado, de emoções, de percepção, É o próprio tatear da vida em emergência, movimentando-se precariamente em seu início, mas desde sempre evidenciando um movimento progressivo de afirmação de vida, de expressão vital e propositiva diante do meio circundante. 

E é assim que eu vejo o desenvolvimento desse “foguinho” que nos primeiro dias quase não iluminava, seu corpo apenas tremia, espasmos inarticulados era o que havia. 

Aos poucos os movimentos foram se desenhando, ganhando precisão, articulação. De repente segurou, fixou os olhos em objeto e pessoas, sentou, engatinhou, andou e formulou seu mundo semântico.

 Ao classificar o mundo dividiu-o, segunda sugere Manuela Marinho, em 3 esferas: Os seres animados ela expressa através do enunciado “gato”, o mundo dos objetos, dos seres inanimados é denominado de “arte” , por fim, qualquer coisa que se coma ou beba é “água”.

 Eis a simplicidade de um mundo alegre, inocente e rico de humanidade. Te amo filha!

domingo, 26 de outubro de 2014

O PT habita nas novas gerações: Capacidade pouco vale sem oportunidade.



Os filhos do Lulismo na era do globalismo não experimentaram a vivência da destituição e da privação aguda que que caracterizam a vida de mais de 30 milhões de brasileiros há cerca de uma década. Esse cenário, em boa medida, desapareceu e agora os "filhos" não apenas comem, se vestem e escrevem  como  acessam a internet, se informam e fazem ensino superior. Agora querem mais, e é bom que assim seja.

 Ótimo que não tenhamos mais fomes coletivas e violação das liberdades políticas básicas. Seria prudente também que essas novas gerações, filhos de uma certa conjuntura histórica parassem alguns minutos para refletirem, reorientando seu olhar para um passado não muito distante e constatar que as condições sociais, políticas e culturais legadas desse passado foi o que lhes permitiu a possibilidade de olhar o atual governo de maneira mais crítica. Foi um legado de oportunidades, de justiça social e ampliação das liberdades. Não peço votos para o PT, mas sejamos críticos também em relação a esse legado, a saída do Brasil do Mapa da Fome da ONU é uma expressão positiva desse passado. O significado disso ainda será bem avaliado futuramente.

Sim. A trajetória do PT está repleta de erros, desvios, casos de corrupção etc.. Mas me digam um governo ou partido que jamais cometeu erros. Não! Não quero justificar esses erros, são imperdoáveis. Assim como será imperdoável não reconhecer a transformação social que ocorreu em seu governo, expressa em termos de mobilidade social, por exemplo. Como bem registra SEN (199,p.10)

Eu só uma grão de areia desse desenvolvimento. Eu sou uma potencialidade ativada, Eu sou resultado de desbloqueios de privações. Eu me tornei cidadão e agente certamente por algum esforço individual, mas principalmente pelas condições sociais que ampliaram minhas escolhas e oportunidades. Eu sou crítico do lulismo e do Petismo, mas igualmente reconheço a paternidade da minha trajetória. Apesar das limitações, da escola primária ao doutorado, reconheço o solo histórico de oportunidades sobre o qual eu piso. Minha vaga na universidade não foi apenas mérito, foi resultado da democratização do acesso ao ensino superior, do aumento de vagas e universidades. Minha primeira iniciação científica, assim como minhas bolsas de Mestrado e Doutorado, não derivaram de simples mérito, foi resultado da criação de agências de fomento à pesquisa, do aumento dos recursos e ampliação do número de bolsas. Não fosse tais bolsas certamente meu futuro seria outro assim como minhas ambições pessoais. Reconheço, portanto, um vínculo indissociável entre minha trajetória individual e a trajetória política de ampliação de oportunidades ocorridas na última década.

Olhem suas trajetórias por essa lente, deixem a meritocracia de lado por um momento e reconheçam que o indivíduo faz história, mas a faz sob condições e oportunidades legadas pelo passado. Certamente o governo do PT não fundou o Brasil e criou “o país do futuro” mas inegavelmente redefiniu as condições de vida e trabalho que vão permitir a chegada mais prematura desse futuro. O futuro não se faz por si e tenho certeza que sua construção vai contar com uma contribuição generosa das transformações antropológicas incorporadas nas novas gerações. Uma revolução subjetiva ocorreu e sua certidão de nascimento não foi registrada. Eu já comecei a digitá-la!