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O que é o amor se não a renúncia da vida em
prol de outra vida.
Qual
pai (ou mãe) não concederia sua a vida, morreria por seu filho, tal como Jesus
o fez em relação à humanidade. Sim! Existe relações entre essas expressões do
amor, ambas partem da renúncia à vida para que outros a tenham, e a tenham em
mais abundância. Mas não é preciso morrer fisicamente para que a consciência
desse sentimento floresça. Mesmo quanto não morremos literalmente, há uma
dimensão de renuncia à vida, aquela dedicada ao
cuidado e a formação de um ser. Uma renúncia que se faz cotidianamente,
mesclada por preocupações e angústia mas também por fortes doses de alegria,
sentimentos genuínos de amor e felicidade.
Trata-se da renúncia mais extraordinária que
existe, um espetáculo da criação, uma poética da vida que aprende a amar,
aprende que o amor tem uma conexão direta com a renúncia e o cuidado.
Há um ano atrás ela fazia sua primeira
aparição física a este mundo. Física, pois espiritualmente já nos conhecíamos.
Foi amor à primeira vista, potente, radical, subversivo. Impactado pela emoção
o brilho nos meus olhos cedeu espaço para o choro imediato, Choro tímido, com
lágrimas contadas, mas cada pequena gota carregava um mundo de
alegria,felicidade. As lágrimas eram amor em movimento, representavam o
desbloqueio de emoções acumuladas, a chave de um porta que alguém esperava
ansiosamente para abrir. Nasceu, está ali, a vida e seus dilemas estavam se
renovando. Era a própria recomposição do cosmos traduzido em vida humana.
Um ano de vida, uma ano de experiência, um
ano de aprendizado, de emoções, de percepção, É o próprio tatear da vida em
emergência, movimentando-se precariamente em seu início, mas desde sempre
evidenciando um movimento progressivo de afirmação de vida, de expressão vital
e propositiva diante do meio circundante.
E é assim que eu vejo o desenvolvimento desse
“foguinho” que nos primeiro dias quase não iluminava, seu corpo apenas tremia,
espasmos inarticulados era o que havia.
Aos poucos os movimentos foram se desenhando,
ganhando precisão, articulação. De repente segurou, fixou os olhos em objeto e
pessoas, sentou, engatinhou, andou e formulou seu mundo semântico.
Ao
classificar o mundo dividiu-o, segunda sugere Manuela Marinho, em 3 esferas: Os
seres animados ela expressa através do enunciado “gato”, o mundo dos objetos,
dos seres inanimados é denominado de “arte” , por fim, qualquer coisa que se
coma ou beba é “água”.
Eis a
simplicidade de um mundo alegre, inocente e rico de humanidade. Te amo filha!