Embora não o saibam o “estamos contra tudo o que está aí”
significa “lutamos contra o capitalismo”, “queremos um mundo pós-capitalista”,
e nessa perspectiva lutam contra o modelo de Estado e desenvolvimento
estabelecidos, que priorizam basicamente o crescimento econômico visto em
termos de superávit, sem converter de maneira mais qualificada ganhos econômicos
( canalizados para pagamento da dívida,
rentistas, corporações etc) em ganhos propriamente sociais, isto é, em
qualidade de vida , que teria sua expressão em serviços públicos de qualidade,
enfim um desenvolvimento e uma orientação Estatal voltada para ampliação das
liberdades individuais e coletivas.
Não há , em última análises, como fugir
dessa constatação, trata-se de anseios, desejos
e necessidades que reformas pontuais e mudança de políticos nas instâncias representativas não vão
conseguir atender de modo satisfatório, vão no máximo, deslocar outras
irrupções de manifestações para um horizonte próximo. Sim, quer saibam ou não lutam contra o
capital, lutam contra a “natureza” de um modo de produzir e existir que de tão incorporados termina por conduzir uma luta contra a própria
consciência.
Me parece que essas manifestações, movimentos,
insurgências se realizam enquanto globalização contra-hegemônica “desde baixo”
contra as ingerências e interesses do capital financeiro mundial na figura de
bancos, corporações, especuladores etc..
É como se ao mesmo tempo que travássemos uma luta nacional estivéssemos em um
confronto transnacional contra o capital, o mercado financeiro, a logica da
lucratividade.
Nesse sentido não existe lutas que não sejam
globais!
Movimentos insurgentes de todo o mundo uni-vos!