De Masi já foi mais feliz em seus comentários e
mais preciso em suas respostas. Nesta entrevista1 muita coisa que ela fala é
contestável. Comento aqui rapidamente alguns pontos
"Crise
é algo transitório", certamente que é, mas é preciso dizer que a crise é
transitória em termos, quando vista por exemplo de dentro dos espaços nacionais, mas tudo muda quando vista sob outro enfoque, pois o sistema
capitalista em seu conjunto sempre está em crise e processo de reestruturação,
nesse sentido a crise é um elemento estrutural e permanente do sistema. Como
diria Harvey, as crises são momentos de reconfiguração dos termos da acumulação
em decorrência da baixa taxa de lucratividade, "crises servem para racionalizar
a irracionalidade do capitalismo" e elas nunca são resolvidas, apenas
"deslocadas no tempo e no espaço".
Que
riqueza mesmo que FHC criou?? Privatizações a preço de banana? Não vamos louvar
eternamente a estabilização propiciada pelo plano real né..
Aumento
do poder aquisitivo dos pobres não significa distribuição de riqueza! Bolsa
família não significa distribuição de riqueza! Esses gastos saíram do orçamento
anual do Estado, uma migalha por sinal. Distribuição de riqueza se faz
alterando a estrutura agrária com a reforma agrária, se faz realizando reforma
tributária de caráter progressivo, se faz com reforma política anulando o poder
econômica sobre a política..
Acho que PIB não é e
nunca foi o melhor indicador para medir o "desenvolvimento" de um
país, especialmente os países que foram colonizados, sofreram o impacto do
imperialismo e tiveram uma industrialização com pesados investimentos
estrangeiros. E grande coisa sermos o quinto em produção industrial quando a
maioria dos países "desenvolvidos" estão lucrando em cima da
"propriedade intelectual" (patentes), quando o setor terciário já é
muito mais lucrativos em diversos países e ocupa posição central na produção de
riqueza e sem contar que a produção industrial já não emprega como nas décadas
precedentes. E vale lembrar boa parte dessas "industrias" são de
empresas multinacionais, sua pátria é outra, mandam seus lucros para suas
matrizes e se elas estão no Brasil é porque houve um processo de
desterritorialização do capital buscando pastos novos com mão de obra barata para
explorar..
Essas
louvações de "Brasil potência", "Brasil Maior" etc.. devem
sempre ser relativizadas, se por um lado houve avanços nas últimas décadas em
várias direções é sempre importante assinalar as limitações desses avanços e os
retrocessos em outros campos.
O Brasil é de primeiro mundo para quem? De Masi confunde o pensamento crítico com pessimismo. Certamente o Brasil avançou, mas não vamos confundir alhos com bugalhos; bolsa família com distribuição de renda. Industria com qualidade de vida, PIB com Desenvolvimento, diminuição da pobreza com diminuição da desigualdade, exportação de commodities com soberania econômica. Isso é o que acontece quando se tenta "medir" ou comparar as transformações na América Latina a partir de parâmetros, modelos e trajetórias dos países Europeus. Não tem muita coisa de louvável em ascender nessa escala "evolucionista" rumo a um suposto desenvolvimento que hoje se mostra ilusório, visto que as grandes conquistas desses países hoje se encontram em desestruturação, cadê o pleno emprego e o Estado do bem-estar social, a eliminação da pobreza e da desigualdade? Estamos seguindo um modelo que já mostrou suas limitações, que destrói a natureza, não resolve o problema da concentração de poder e renda etc..
O Brasil é de primeiro mundo para quem? De Masi confunde o pensamento crítico com pessimismo. Certamente o Brasil avançou, mas não vamos confundir alhos com bugalhos; bolsa família com distribuição de renda. Industria com qualidade de vida, PIB com Desenvolvimento, diminuição da pobreza com diminuição da desigualdade, exportação de commodities com soberania econômica. Isso é o que acontece quando se tenta "medir" ou comparar as transformações na América Latina a partir de parâmetros, modelos e trajetórias dos países Europeus. Não tem muita coisa de louvável em ascender nessa escala "evolucionista" rumo a um suposto desenvolvimento que hoje se mostra ilusório, visto que as grandes conquistas desses países hoje se encontram em desestruturação, cadê o pleno emprego e o Estado do bem-estar social, a eliminação da pobreza e da desigualdade? Estamos seguindo um modelo que já mostrou suas limitações, que destrói a natureza, não resolve o problema da concentração de poder e renda etc..
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