quarta-feira, 17 de setembro de 2014

Danilo Gentilli são milhões

           Quando mais 800 milhões de pessoas passam fome no mundo considerando que existe comida suficiente para alimentá-los; quando desastres ecológicos se tornam mais recorrentes e nada se faz para bloquear os processos poluição e degradação da natureza; quando crises políticas e econômicas assolam o mundo, empobrecem países, potencializam problemas sociais e aprofundam o abismo das desigualdades; quando mesmo sabendo disso (apenas uma pequena mostra do que poderia ter sido registrado) você conclui que o mundo “é assim mesmo”, e que vale a pena defender o capitalismo da crítica daqueles que defendem outros modos de produção e civilização alternativos é sinal de que você foi “bem educado” para reproduzir esse sistema; que tudo que foge a sua lógica de dominação, exploração e lucro é tratado como anomalia, desvio, irracionalidade. 

       Danilo Gentilli são milhões; milhões que padecem de uma cegueira analítica, de um olhar demasiadamente estreito e de uma forte incapacidade para compreender que nosso presente uma dia foi apenas possibilidade histórica, uma opção dentre muitas, que esse presente lança raízes em um passado que estivera prenhe de alternativas. Nesse sentido, não há razão alguma para pensar que não temos alternativas face o sistema dominante. Elas existem em estado embrionário em idéias e práticas, merecem nossa atenção e reconhecimento. Quem sabe sua construção pode ser potencializada através de um ato pouco valorizado: o voto, especialmente aquele direcionado para as forças minoritárias, progressistas, aquelas que não tiveram oportunidade de colocar em prática seus conceitos, idéias , programas e projetos.

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